se tivéssemos nos conhecidos descalços,
já seria tua. eu passaria a acreditar em amor à primeira vista. tua volúpia me
trouxe aconchego. tua capacidade de adaptação me trouxe liberdade. teu sorriso
me trouxe uma eterna sensação de sorte. teu corpo, no maior ápice do clichê, me
trouxe abrigo. tu me trouxeste amor. tu és amor. e eu verde de apreensão, fui
afagado pelo rosa do teu cuidado. e numa mata atlântica desmatada do recife,
teu beijo. teu toque foi a chave para a porta que ajudastes a construir. e
entre milhões de bichas, quisestes a mim. e eu sou tua, até quando não posso.
tua.
e teve momentos que fostes. mas tu
voltas. tu sorris. tu olhas. e percebo que nunca partisses, porque te guardo em
mim de tantas vezes que segurei tua bunda com minha boca. e te prendi. tua extraordinária
energia me faz até obliterar conteúdos enfadonhos da química. mas não paro de
pensar em ti. tu mereces. tu significas. ressignificas. tua beleza marginalizada
no corpo da bicha grita.
eu te amo.
eu tenho medo. muito.
talvez as cervejas acabem e eu perca um
pouco dos sentidos. me sinto melhor ébrio. me embebedas de ti. espero que não
acabes. e te agradeço. dançando uma música de sza ou um brega de mc elvis. olho
o que caminhamos vendo as pegadas deixadas e imaginando teus pés.
isso tudo é sobre amor, sorrisos, pés e
outras liberdades que encontrei em ti. e eu sou tua, até quando não posso.
tua.
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Pra ti, a quem devo tanto.
Escrito por Marcos Antonio.
Trabalho fotográfico de Amanda Nascimento.