A todas as tentativas falhas que venho tendo há anos, eu peço um
brinde. A todos os talvez, às indecisões, aos quases e à toda a falta de escolha: ergo o copo e peço um
brinde.
O vazio me corresponde.
Abro um sorriso falho que escorre pelo canto da boca. O primeiro gole é
sempre o mais gostoso: gelado e amargo. Escorre abrandando o mormaço que do lado
de fora me faz suar em bicas. Por dentro estava tão seco quanto por fora.
Talvez eu não fosse tão apática quanto me julgavam ser. Talvez por isso todas
as batalhas que eu havia travado já estavam perdidas antes mesmo de começar.
Fui pega pelo cansaço. Contabilizo uma interminável lista de erros
cometidos num espaço tão inexoravelmente curto de tempo. Um ciclo vicioso de
falhas. Ainda eram meus piores pesadelos todas aquelas vozes, aqueles sorrisos,
os beijos e os toques; todos os momentos que eu perdera e vinha tentando
superar. A agonia ainda me perpassava por não saber onde eu poderia ter chegado. A dúvida martelava em minha mente. O fracasso pungia em minhas
entranhas.
Antigamente, ainda cavava o mais fundo que conseguia pra encontrar
respostas. Por ora, parei de cavar, pois quanto mais eu cavo, mais rasa eu me
sinto.
Ainda me lembro de seus nomes, dos seus rostos, de seus trejeitos. Os fantasmas continuam vivos em minha memória.
Talvez um dia eu os perdoe por terem me esquecido.
Talvez um dia eu os esqueça também.
Escrito por Thais Lima.
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